sábado, 25 de junho de 2011

As contas da Fenprof e da Fne apontam para um impacto na revisão curricular do básico na ordem dos 12 mil docentes contratados.
Os professores do quadro não estão para já em perigo. O Governo deve limitar-se a reagir às pressões do ECOFIN e da chanceler Merckel com mais cortes salariais dos professores. Não se prevê, por isso, despedimentos de professores do quadro. Mas o sistema educativo estatal vai prescindir de 12 mil contratados.
O despedimento de 12 mil contratados é o resultado das seguintes alterações à estrutura curricular dos três ciclos do ensino básico:
Extinção da Área de Projecto e do Estudo Acompanhado. O maior impacto será no 2º CEB porque a Área de Projecto é feita com o recurso a pares pedagógicos: dois professores por turma.
Redução da carga horária semanal dos alunos do 2º CEB de 33 para 27 horas.
Os professores do 1º CEB não têm razões acrescidas para preocupação. O impacto da revisão curricular é escasso nos primeiros quatro anos de escolaridade.

Se eu fosse professor contratado, trataria de fazer rapidamente uma especialização em educação especial porque esse grupo de recrutamento vai continuar a contratar.

Se acrescentarmos a redução do número de adjuntos do director e de assessores, é provável que o impacto na redução dos professores necessários para manter o sistema a funcionar supere em muito os 12 mil contratados.
Confirma-se a minha previsão de que o Governo se recusa a fazer cortes nas direcções regionais de educação. Veremos o impacto que tudo isto vai ter nos resultados do PISA em 2012. Só nessa altura será possível saber com mais precisão se os alunos portugueses sabem mais de Matemática, Ciências e Leitura.
 
in http://www.profblog.org/ , texto alterado

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